Na tarde de quarta-feira, 9 de junho, aconteceu a segunda edição do SET eXPerience Tracks, evento voltado para as áreas mais técnica e operacional da indústria de tecnologia, mídia e entretenimento. A pauta desta edição foi a continuidade do tema O Papel da Nuvem na Transformação Digital.
O consultor sênior da IBM e conselheiro da SET, Vinicius Vasconcellos, foi o moderador e destacou a transformação digital na nossa vida e no modo de produzir, armazenar e distribuir conteúdo nas empresas do setor audiovisual.
“A receita publicitária tem migrado cada vez mais para as plataformas de OTT. Então, muitas dessas empresas estão se reinventando e aproveitando as oportunidades usando Cloud como base para fazer a transformação digital, melhorando os processos, a produtividade, colaboração, comunicação, armazenamento de conteúdo, edição, produção remota…”, afirmou Vasconcellos.
Carlos Cesar Abrahão, head de Suporte de Soluções de Mídia da Globo, foi o primeiro convidado a fazer suas considerações. Ele destacou como a Globo se preparou para fazer a transição para Cloud.
“A pandemia exigiu de nós coragem para acelerar alguns processos que estavam sendo executados com cautela. Então, aproveitamos para fazer experiências, o que resultou em uma evolução acelerada no processo de adoção da Cloud. Pegamos todo nosso framework de soluções de mídias, olhamos cada uma das partes do processo, desde a captação até a distribuição, e avaliamos o que poderíamos fazer. A partir disso, verificamos o que os nossos provedores apresentavam como solução e aproveitamos para provocar o mercado e ver qual seria a resposta”, afirmou Abrahão.
O gerente de Implementação e Projetos da RecordTV, Antonio Carlos Nobrega Sobrinho, destacou a renovação tecnológica da emissora. “Estamos aproveitando a renovação tecnológica para analisar o que podemos levar para a Cloud com segurança.”
Sobrinho também falou que a migração completa para Cloud é um processo inevitável. “Sabemos que tudo vai parar na Cloud. O custo disso já está bem atrativo. A questão agora, é saber o momento exato para ter a confiabilidade da solução e a flexibilidade de produção”, destacou o executivo da RecordTV.
Para Rafael Duzzi, diretor de Engenharia e Tecnologia da CNN Brasil, “não adianta nada pensar em Cloud se não pensarmos em infraestrutura de link.”
“Nos últimos 10 anos, o Brasil evoluiu muito a infraestrutura de link e a capilaridade de distribuição de fibras. Esses são pontos importantes de análise para operacionalizar sua produção em Cloud”, destacou Duzzi.
Segundo o executivo da CNN, o custo benefício atual para a adoção da Cloud é melhor pois as grandes capitais do Brasil estão bem fornecidas de capilaridade de fibra, porém, Duzzi considera necessário melhorar cada vez mais a infraestrutura.
Na sequência, Nelson Faria Junior, diretor técnico da TV Cultura, falou sobre as apreensões dentro da emissora para fazer a transição para Cloud e a resposta do mercado frente à realidade de pandemia.
“A resposta do mercado nessa pandemia foi muito rápida. Uma quantidade de soluções muito bem-vindas, entre elas a latência, que diminuiu consideravelmente, é uma solução que conseguimos visualizar na operação do ao vivo e no material que está no acervo da Cloud. E dentre as várias vantagens da cloudificação, destaco a mobilidade. Por exemplo, iremos estabelecer um canal em Palmas – TO, que terá uma estrutura local para produção de jornalismo regional, mas a operação toda será feita de São Paulo”, destacou o diretor técnico da TV Cultura.
Encerrando as apresentações, Thiago Perrella, diretor de engenharia e Tecnologia do Grupo Bandeirantes, falou sobre a utilização de Cloud para distribuição de conteúdo.
“Quando olhamos a Cloud existem várias aplicações. Por isso, precisamos olhar o ambiente de TI, o ambiente de produção de TV, de transmissão, de distribuição e o custo de ponto-multiponto. Para operacionalizar isso, é preciso tecnologia de rápida comutação. Se uma filial pequena faz sua contribuição por um link de internet, por exemplo, e há interrupção da programação local, a rápida comutação satelital em rede pode identificar que aquele feed foi interrompido e fazer a comutação com a infraestrutura mãe”, afirmou Perrella.